terça-feira, 28 de maio de 2013

Entrevista com uma professora

    “  Entrevista com uma Professora do 1º Ano do Ensino Fundamental de 9 Anos.”

Aluna: O que e necessário pra alfabetizar uma criança que  inicia aos 6 anos no 1 Ano do Ensino Fundamental?
Professora: É necessário que o professor reconheça que essa criança tem um perfil diferente daquelas que ingressavam com 7 anos, na antiga primeira série, elas necessitam de uma proposta adequada às necessidades específicas da idade, que considerem sua maturação cognitiva, emocional e social. E ainda, o fato de muitas delas não terem passado pela Educação Infantil, já que os sistemas de ensino não têm a obrigatoriedade de oferecê-la, o que já acontecia na antiga proposta do Ensino Fundamental (8 anos). Assim, é importante ter em mente que o primeiro ano destina-se a propostas mais gerais, para atender outras necessidades da faixa etária, não necessariamente de alfabetização.

Aluna: Qual metodologia usar para os anos iniciais do Ensino Fundamental?
Professora: Uma metodologia abrangente, voltada não mais para o ensino, mas sim, para a aprendizagem, e que se aproprie do lúdico e que considere os conhecimentos prévios dos alunos. O brincar deve ser a tônica do trabalho. E que o professor, em sua proposta, organize sua prática com observações e registros, para que possam gerar reflexões e novas ações.

Aluna: O que você pensa em relação à implantação da lei que beneficia as crianças de 6 anos ingressarem no Ensino Fundamental?
Professora: Considero essa ampliação do Ensino Fundamental como positiva, desde que os sistemas de ensino constituam um arcabouço teórico e prático para sustentá-lo: teórico na medida em que possa oferecer uma política de formação continuada aos professores, bem como organizar uma reformulação estrutural na matriz curricular de toda a Educação Básica. No aspecto prático, que haja uma sistematização sobre as vagas, número de salas de aula, adaptações físicas para acolhimento dos alunos, número de professores e inclusive, de materiais pedagógicos. 


Aluna: Quais os recursos usados para alfabetizar?
Professora: Diferentes recursos didáticos: jogos, diferentes portadores de texto, músicas, fichas de leitura, diferentes tipos de texto, letras móveis, entre outros.

Aluna: Como desenvolver o trabalho com uma sala heterogênea?
Professora: Uma estratégia é o agrupamento produtivo, que aponta que o trabalho com as crianças seja feito em duplas, consideradas as hipóteses que cada uma têm sobre a linguagem escrita. O importante é que essas hipóteses não sejam muito distantes, para que haja um conflito cognitivo a ser resolvido nas atividades propostas, e que eles possibilitem um salto qualitativo no resultado final da produção delas.

Aluna: Você acredita que o aluno que inicia alfabetizado tenha mais valor que a criança que não?
Professora: Eu não acredito que ela tenha mais valor, acredito, sim, que esse perfil de aluno necessite de propostas de atividades coerentes ao que já conheça sobre a leitura e a escrita.


Aluna: O que fazer para que não haja discriminação?
Professora: Que o professor tenha uma boa formação e saiba trabalhar com todos os alunos em seus diferentes níveis de conhecimento.

Aluna: Como você trabalharia a alfabetização com criança com dificuldade motora?
Professora: Com exercícios que a auxiliassem nesse contexto, já que a coordenação motora faz parte do processo de alfabetização.

Aluna:  Qual seria sua proposta para alfabetizar crianças com Deficiência Intelectual.
Professora: Com sondagens diagnósticas para o levantamento das limitações de raciocínio do aluno e a organização atividades adequadas ao seu perfil.  A organização de alguns recursos específicos para auxiliar a comunicação entre professor e aluno, e consequentemente, sua aprendizagem. Dependendo do grau dessa deficiência, solicitar um especialista para melhor abordagem do aluno.
  

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