MEMORIAL SAKAI DE EMBÚ
"A ARTE É A AUTO-EXPRESSÃO LUTANDO PARA SER ABSOLUTA"
Fernando Pessoa
O museu é composto por 20 obras de Sakai, 13 da Via Crúcis,
um baixo relevo da Festa de Santa Cruz, dois vasos, três touros, três índias e
um São Francisco. As obras de Sakai são sincréticas. Ele acrescentou à cultura
oriental elementos da cultura brasileira, indígena, católica e cabocla,
acentuando uma identidade de traços entre a arte japonesa e a indígena do
Brasil. Via-crúcis é um dos melhores exemplos da sua arte tão singular. É
composta por baixos-relevos de cerâmica que representam a Paixão de Cristo,
cenas do cotidiano da época, de lendas nacionais e do folclore local.
Touro: fonte de energia
Tadakiyo Sakai presenteava amigos com o touro de terracota que criou e tornou a sua marca. Para ele, era fonte de energia.
Chegada ao Brasil e Embu
Tadakiyo Sakai (5/1/1914-2/5/1981) nasceu em Nagasaki, Japão. Chegou ao
Brasil em 1928 e foi morar em Taboão da Serra com o pai e irmãos. Já era órfão
de mãe desde os 8 anos e perdeu a irmã e o pai logo depois. Casado com Sizuca,
o jovem Sakai resolveu morar em Embu no início dos anos 1930. Ao chegar,
trabalhou na granja de dona Bárbara, onde hoje é o Jardim Santa Bárbara, e foi
agricultor nas terras onde mais tarde foi instalada a Maternidade. Sakai
dedicou-se por 23 anos à lavoura.
O mestre
No fim da década de 1950, Sakai resolveu dar aulas de modelagem para
crianças em seu ateliê da Vila Cercado Grande, que foi frequentado pela
discípula Tônia de Embu, coordenadora do Memorial Sakai, e muitos outros. O
mestre Sakai transmitiu a sua arte a crianças e adultos e se tornou responsável
pela formação de centenas de ceramistas.
Outros legados
Além da sua arte e de ter ensinado e influenciado muitos ceramistas, Sakai
deixou outros legados importantes para Embu das Artes.
Festa de Santa Cruz: no fim da década de 1950, convidado
pela comunidade, Sakai entrou para a Comissão Organizadora da Festa de Santa
Cruz, iniciada em Embu com os jesuítas e os índios no século 17. O artista,
apaixonado pelo tema, tentou, mas não conseguiu construir uma capela, por
imposição da Cúria Metropolitana de São Paulo. No lugar da capela foi erguido o
Cruzeiro da Paz.
Salão de Artes Plásticas: foi idealizador do Salão de Artes
Plásticas de Embu e presidente das primeiras edições desse evento, que contou
com participação dos artistas Antenor Carlos Vaz, Claudionor Assis Dias, Cirso
Teixeira, Josefina Azteca, Sizuca de Embu, Margarida Garcia e Ester
Robacov.
Exposições regionais: em 1970, com vários alunos, montou o
Grupo Sakai do Embu, que organizava exposições em diversas cidades.
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