A DANÇA NA ESCOLA
A dança é, sem dúvida, uma das maiores catalisadoras da
manifestação e expressão do movimento humano. No âmbito educativo, ela é
pedagógica e ensina tanto quanto os esportes, jogos e brincadeiras. A dança
pode (e deve) ser usada como meio de crítica social para o questionamento de
valores preestabelecidos, padrões repetitivos e modismos, como, por exemplo, as
coreografias com fortes apelos sexuais, que aparecem incessantemente em
programas de TV.
Além disso, a dança, como processo performativo, está ligada
à estética e à plástica, podendo trabalhar não apenas com o movimento, mas com
sensações e sentimentos. Quem não se emociona ao acompanhar um espetáculo de
dança? Seja clássica — como o balé —, popular — como a "dança de rua"
— ou folclórica — como a chula, o fandango, o forró e o baião —, a dança é um
forte estímulo de percepções sensoriais. Ritmo, sonoridade, visão e expressão
são capacidades levadas ao extremo nessa prática corpórea.
Mas, afinal, como a dança pode ser inserida nos currículos
de Educação Física dos ensinos Fundamental e Médio?
A resposta é mais simples do que se pensa, pois, ao contrário
do que muitos professores acreditam, a última preocupação que se deve ter com
relação à finalidade da dança diz respeito à ação performática. Em outras
palavras, o professor não precisa demonstrar amplo domínio de estilos e
técnicas de dança, mas, simplesmente, coragem para “quebrar” determinados
preconceitos ligados a ela.
Por meio da dança, o professor pode trabalhar vários
conteúdos:
1) A diferença entre gêneros — meninos e meninas têm
comportamentos diferentes que podem ser facilmente notados e trabalhados por
meio da dança.
2) O domínio corporal e a ritmicidade — o dançarino tem um
domínio lógico espaço/temporal bastante desenvolvido. Assim, dominar ritmos
pode contribuir para as ações do cotidiano, auxiliando em atividades do
dia-a-dia.
3) A diversidade cultural e os variados estilos — de região
para região, o estilo de dança varia bastante, pois na cultura brasileira
existem várias culturas regionais que são formadas de acordo com o modo de vida
de seus habitantes.
A dança é um meio quase ilimitado de aprendizagem. Mas o
professor deve tomar cuidado ao trabalhá-la como conteúdo educativo: ele não
pode, de maneira alguma, reforçar modismos, que geralmente são lançados pelos
meios de comunicação de massa com intenção exclusivamente comercial. Ele deve
alertar seus alunos sobre os interesses da indústria cultural para que seu trabalho
não omita a existência dos estilos comerciais, mas desperte o senso crítico de
seus educandos a respeito deles.
Finalizando, cabe ressaltar que, assim como em
relação aos esportes, nada impede o educador de desenvolver a dança como um
trabalho que vise à performance, desde que, para isso, sejam convidados alunos
que possam treinar em horários extracurriculares, como em contraturno, por
exemplo. E aqueles que ainda não dominam a dança também podem ser iniciados na prática, cabendo ao professor dividir as turmas
de acordo com o nível de habilidade dos alunos.
O importante é não temer a dança, pois ela trabalha
valências ecléticas e fundamentais ao desenvolvimento humano, como o
condicionamento físico geral, a capacidade cardiorrespiratória, a
sociabilização, o equilíbrio, a destreza e a coordenação motora fina.
http://www.educacional.com.br/educacao_fisica/educadores/educadores22.asp
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